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A DC Comics ainda não descobriu o filão de ouro que é a política nacional, no que diz respeito a disfarces, capas e gravatas. O super-homem é brincadeira de meninos ao lado do que se passa por cá. Não é que temos em Portugal a Olívia "costureira" Costa, que apoia Lula da Silva e faz um vídeo usado pela campanha do candidato presidencial brasileiro, e depois a Olívia "patroa" Costa, que, imagino, não tem opinião sobre as eleições do lado de lá do Atlântico e espera apenas que o processo democrático decorra na normalidade e que o povo brasileiro vote em consciência? Bem sei que há planos de atuação distintos, dependendo do momento, mas querer que tudo seja estanque e que todos compreendam que o primeiro-ministro a apoiar Lula não é o primeiro-ministro a apoiar Lula, porque naquele momento não tem gravata e tem o símbolo do PS no canto da imagem, é uma hipocrisia política a que todos nos fomos habituando, mas com a qual não devemos compactuar. Quando o adepto António Costa entrou na lista de honra da candidatura à presidência do Benfica de Luís Filipe Vieira, alguém deixou de ver um primeiro-ministro a apoiar uma pessoa que estava a ser investigada pela Justiça?
*Jornalista