Fevereiro fica preenchido com as sucessivas manifestações dos professores, com os problemas do tráfico de droga que afeta a cidade do Porto, onde, igualmente, as comunidades residentes nas áreas da "movida noturna" reclamam paz e tranquilidade públicas, mas também com o arrastar do "esquecimento" da tutela em relação aos profissionais da Polícia de Segurança Pública, das carreiras de chefe e da categoria de agente coordenador.
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Os ativos da PSP são os seus recursos humanos que, dependendo da motivação, reconhecimento, condições de trabalho, mas igualmente de perspetiva de futuro, representam valor acrescentado à organização.
Trata-se claramente de opção política ou falta de estratégia ou conhecimento, até porque as medidas de motivação interna nem sequer têm impacto financeiro significativo.
Insistir em políticas de cariz social, pagas pelos próprios profissionais, ou, pior ainda, políticas de assistencialismo, desprestigiam a instituição, desprestigiam a profissão e deviam envergonhar o Estado.
O Governo priorizou agora a revisão das regras de prestação de serviços remunerados (serviços prestados e pagos por privados), demitindo-se de uma das funções pilares de soberania. Adia a revisão dos suplementos remuneratórios. Adia a abertura de promoções na carreira de chefes (referentes ao ano de 2022) e permite-se ser "substituído" por privados e poder local, para financiar o sistema de segurança interna.
A permanente secundarização da Polícia de Segurança Pública é claramente uma opção política deste Governo, esquecendo, ou parecendo esquecer que em todos os momentos-chave é esta Polícia que diz "presente" e avança, sem hesitar, independente do desafio ou da dificuldade.
*Presidente do SNCC/PSP