O verão está a acabar, o Mundo está por refazer e há uma poeira no ar, que não assenta e aguarda pela tempestade que vem por aí.
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Talvez seja a depressão de final de férias, mas estou convicto que 2020 ainda não afiou todas as garras: o Governo terá de exibir quanto músculo ainda sobra ao Estado para aguentar o desemprego e as falências, que fatalmente vão crescer; a discussão do Orçamento deixará a política nacional em pedaços, que a extrema-direita vai guardar para montar depois; a TAP mostrará quão grande é o zero que vale; o ódio ocupará espaço e aproveitará todas as armas nas batalhas artificiais em que se tornou especialista; as eleições americanas não serão eleições, antes uma guerra brutal e não sei se Trump sai da Casa Branca, mesmo derrotado; a pobreza irá aumentar, os escândalos financeiros continuarão, as desigualdades manter-se-ão como sempre, a crise será como nunca.
Mas antes, durante e depois de tudo isto, haverá o pior. A covid-19 regressará para acrescentar confusão ao caos e mudar diariamente prioridades, até que a prioridade volte a ser a pandemia. Não teria de ser assim, mas é assim que será.
*Jornalista