Os últimos dias têm sido produtivos quanto a factos e apresentam um quadro de notícias francamente positivo:
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O PIB cresceu 1,5% no segundo trimestre e a dívida pública baixou para 128,6%. O Estado obteve empréstimos com taxa de juro negativa (-0,013%), um feito inédito em Portugal, e a taxa de desemprego desceu para 11,9%, valor inferior ao registado antes da chegada da troika, consolidando a tendência de criação de postos de trabalho. A receita fiscal acumulada cresceu 980 milhões de euros, com um forte aumento das contribuições das empresas.
Verifica-se um aumento da produção industrial e do crédito concedido, as receitas do turismo atingem recordes e as exportações continuam em crescimento. Assinale-se ainda a recuperação da taxa de natalidade, com mais 1500 bebés nascidos até julho face ao mesmo período do ano passado.
Os números, mais do que cada um representa por si, traduzem no seu conjunto uma nova realidade - o crescimento -, e um novo sentimento - a confiança. O país está a trabalhar mais e melhor, a inovar e a conquistar novos mercados.
A conjugação de indicadores favoráveis não pode nem deve conduzir-nos a entusiasmos excessivos, mas, colocada em perspetiva, impressiona especialmente: há pouco mais de quatro anos estávamos na bancarrota, com o Governo de então a pedir ajuda de emergência ao estrangeiro para pagar salários. Há cerca de dois anos teremos atingido o ponto mais negativo no processo de recuperação, em termos económicos e sociais, sendo certamente poucos aqueles que acreditariam que chegássemos a 2015 com o país a conseguir dar a volta por cima.
Este é o ponto: os portugueses souberam responder às imensas dificuldades e sacrifícios que enfrentaram - e essa resposta veio da força do trabalho, da iniciativa e do risco. O que é ainda mais relevante para quem conseguiu encontrar emprego ou montar um negócio, voltando a ter esperança no futuro. Os indicadores económicos não resolvem problemas individuais, mas a verdade é que basta viver no mundo real para constatar a confiança coletiva de que as coisas podem continuar a melhorar.
Os sinais de recuperação estão aí. O principal mérito é, sem dúvida, dos portugueses. Mas nada disto seria possível sem um rumo, sem objetivos e sem uma estratégia. A opção que o futuro próximo nos coloca está entre a segurança de sabermos que o caminho é o correto e dá resultados ou entregarmo-nos de novo à tentação das facilidades que põe inevitavelmente em causa tudo o que já conquistámos. Tão simples como isto.