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Como costumo fazer nesta altura do ano, apresento aos nossos leitores uma lista de livros merecedora da nossa atenção para as leituras de verão que são, por natureza, sempre mais disponíveis no nosso generoso tempo de lazer.
Inevitavelmente, só vou falar de livros que envolvem temas sobre a ciência política, as relações internacionais, a economia ou o direito, com destaque, também, para algumas biografias. São livros que existem, quase todos, com edições em português e cuja oportunidade reputo com potencial de interesse para quem se preocupa com a coisa publica.
Começo pelas biografias e gostava de salientar "Napoleão, o Grande", de Andrew Roberts, um autor que já escreveu uma sobre Churchill. Depois, "Liberdade", de Angela Merkel, na forma de autobiografia. A primeira biografia do Marquês de Pombal, de D. João de Mendonça, com a vantagem de ser mesmo a primeira que se escreveu sobre este personagem decisivo da nossa História ou então de Pedro Sena Lino - "El-rei Eclipse" sobre D. João V.
No seu último livro, José António Saraiva deixou-nos uma nova versão de "D. João VI e a desgraçada família", "Mário Soares", de Joaquim Vieira, atualizada e oportuna no centenário do seu nascimento ou "António Pinto Barbosa, o primeiro economista", de Filipe S. Fernandes, sobre o mais duradouro ministro das Finanças, do Estado Novo, com Salazar, e cuja obra começa agora a ser estudada.
Finalmente, "O fator Churchill", de Boris Johnson, numa incursão sobre a figura do lendário primeiro-ministro feita pelo historiador que depois também, mais tarde, o seria,
Ainda deste autor a sua autobiografia, Unleashed, sobre os tempos que liderou o Governo britânico.
Outro livro que poderia sugerir seria "Failed state", de Sam Friedman, que nos fala na necessidade, sempre presente, de se fazerem reformas ao modelo de Estado e de Governo com eficiência e eficácia.
Ilan Pappé, em "Israel vs Palestina", fala-nos da história de um conflito e procura explicar porque existe Gaza.
Num tempo em que se fala tanto de diplomacia, recomendo "A diplomacia e a independência de Portugal", coordenado por João Rosa Lã, Ana Leal Faria e Alice Cunha ou "Treze tratados que moldaram Portugal", dos mesmos autores.
"Breve história da Gestapo", de Sharon Vilches, leva-nos aos bastidores da mais tenebrosa polícia política na Alemanha nazi e Anne Applebaum com "O crepúsculo da democracia", onde procura inquietar-nos com uma realidade que não deixa de estar na nossa sombra.
Podem parecer livros muito densos para quem vai gozar um período de descanso, mas são obras que exigem muito tempo de leitura e reflexão.