Inicio hoje uma nova experiência, que constitui um desafio pessoal exigente: escrever com regularidade quinzenal um artigo de opinião para o JN, marca da região e do país. Quando se analisam as fraquezas e forças do Norte de Portugal, a Comunicação Social aparece sempre com indicadores de importância relativa elevados, com fragilidades setoriais bem identificadas. No entanto, pesem os ventos cruzados, habitualmente de sul, mas também algumas vezes com origem interna, o JN apresenta-se como a expressão de uma forte ligação ao território, na sua diversidade, nas suas expressões próprias, muitas vezes nas suas idiossincrasias. Daí a responsabilidade com que assumo este desafio, porque sei que mais do que o meu percurso pessoal como académico ligado às empresas e à inovação, é o cargo que ocupo temporariamente na CCDRN que será alvo de maior escrutínio público.
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Não me limitarei a temas da atualidade regional, à dissertação específica sobre a importância da aplicação dos fundos estruturais, ou à análise de temas correntes do território. Sinto que me são colocados novos desafios. Na ligação da região ao país e ao Mundo, ao seu funcionamento cada vez mais globalizado e em rede, onde a circulação global e quase instantânea da informação nos obriga ao seu processamento e integração em tempos exigentes e efeitos secundários complexos. Mas é óbvio que os temas que nos tocam de mais perto estarão presentes, sendo já o próximo artigo dedicado ao passado, presente e futuro da utilização de fundos comunitários. O novo programa Norte 2020 tem uma importância no futuro próximo que não devemos ignorar. Mas, pelo que também já referi, as questões internacionais têm um efeito muito rápido em quase tudo o que nos condiciona em cada dia, pelo que a União Europeia e as suas políticas terão de ter, naturalmente, espaço para uma análise regular. Não ignorando que quem mais condiciona essa análise será a minha própria pessoa, enquanto seu autor, com opinião formatada em experiências múltiplas, que espero permitam ângulos de visão distintos, mesmo quando os problemas nos pareçam de sentido único.
Sinto que vivemos numa região pela qual todos devemos lutar com empenho, sentido coletivo, de partilha, solidariedade, orgulho e muita ambição. Percebendo que cada boa nova sobre uma qualquer entidade é um benefício comum, da mesma forma que uma notícia negativa nos atinge a todos. Que cada projeto é sempre o mais importante, esteja no Porto, em Bragança, ou noutro qualquer ponto do nosso território. Que as lideranças territoriais naturais implicam muito mais partilhar e oferecer do que reivindicar. Porque a região é feita de quase 3,7 milhões de pessoas, valor sagrado e o maior dos seus ativos. E por isso, naturalmente, o centro de todas as nossas atenções. Porque não há outra forma de exercer serviço público. Com ética e com alegria. E será com estes dois princípios sempre presentes que aceito este "novo desafio".