Corpo do artigo
Ontem, em Rio Maior, a festa foi bonita. Centenas de pessoas celebraram a proximidade e a vida dos jornais, os quiosques e pequenas lojas, a coragem de não desistir e a esperança de melhores dias, a urgência de respostas e a convicção de que não há motivos para baixar os braços. Ontem, a VASP convidou os donos dos pontos de vendas que, do Norte ao Sul, continuam a alimentar a liberdade e a cidadania. Ali passaram o dia os que abrem os seus espaços com os jornais do dia, com o nosso "Jornal de Notícias", impresso na madrugada e distribuído por gente que sai da cama antes do sol nascer para que as notícias possam ser lidas. Estivemos juntos, almoçámos, dançámos, comovemo-nos com as canções de Rui Veloso e esclarecemos dúvidas. Foi um ato de coragem de Marco Galinha, dono da VASP. Dar-se às pessoas, oferecer a sua casa para ser confrontado, apresentar os seus filhos e comprometer-se com o futuro de cada um. Quando fui diretor de jornais, cometi vários erros. O principal foi não ter gasto madrugadas a ver os jornais a serem impressos, o não ter ajudado a distribuir o nosso trabalho nas carrinhas, o de não ter feito amizade com quem me vendia os jornais. Porque eles e elas sabiam melhor do que eu o que se passava na rua. O que se sentia na rua. O que é a democracia e o que falta à democracia e ao jornalismo. Foi bonita a festa, pá. E abraço-vos a todos pelo que são, pelo que oferecem ao país todos os dias, pela importância que têm.