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Esta semana todos descobrimos, para espanto de ninguém, que também os donos do muito dinheiro do futebol fazem planeamento fiscal agressivo para pagarem menos impostos. Digo também, porque há muitos outros donos de muito dinheiro com igual capacidade, quando não para mandarem fazer as leis que lhes servem, para as usarem à sua medida. Nos impostos, ao que parece, quanto mais se tem, menos se quer pagar.
Não faço ideia do que é estar nessa posição, embora reconheça que também gostaria de entregar menos ao Estado. O Governo Passos-Gaspar tirou-me centenas de euros por ano (subida que não foi, nem vai ser, desconfio, reposta). Não se compreende, porém, que quem declara centenas de milhões de euros em rendimentos e património tente não pagar tanto quanto deve, quando tantos outros, com modestos rendimentos e praticamente nenhum património, são obrigados a pagar, muitos até o que não têm. É vergonhosa a falta de solidariedade.
Enfim, "(...)Aqui só existe a Terra /A Terra com as suas portas de sempre", lembrou o Lorca, e já se sabe que há portas que nunca se abrirão para uns. Mas os ricos, mesmo sendo ricos, são iguais aos pobres: o dinheiro que têm nunca lhes chega.
JORNALISTA