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Em maio de 2016, depois de um discurso de Pedro Passos Coelho em que o ex-primeiro-ministro, qual super-homem autoimaginado, proclamou ser o homem providencial que desceu a Portugal para nos salvar, perguntei aqui: depois das eleições, "quantos vão seguir embalados nas certezas de Pedro e quantos vão lembrar a dúvida de Sophia: "Onde está ele o super-homem? Onde?/ - Encontrei-o na rua ia sozinho/Não via a dor nem a pedra nem o vento/Sua loucura e sua irrealidade /Lhe serviam de espelho e de alimento". Passos Coelho não é, ainda, um homem sozinho e este fim de semana vai querer deixar isso bem claro, no congresso do PSD. Passos vai subir ao palanque e olhar os militantes de frente, para mostrar ao país que ainda os tem ao seu lado, tendo a certeza de que muitos o querem ver pelas costas. Não admira. Passos não é - nunca foi - o super-homem que se imaginou e acabou por ser um homem apenas suficiente. O suf-homem serviu para ganhar as eleições, mas não para ficar em São Bento. E agora o PSD vai eleger um líder que perdeu o país, que defende uma política falhada e cujas hipóteses de voltar ao poder são cada dia mais remotas. Os líderes partidários já não são como antigamente. Antes serviam para conquistar o poder, agora são para lamentar o dia em que o perderam.