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Não foi a melhor forma, esta, a de perder um jogo que se guarda na memória como abordado da forma errada ou, pelo menos, com a ideia de que se poderia anular o Sporting pensando menos em nós e mais nos outros. Percebe-se o receio de reviver a primeira parte do jogo inaugural da época, mas foi um desperdício não conseguir aproveitar o arrojo da remontada histórica da segunda parte da Supertaça. Falta alguma ambição quando o plano de jogo olha mais para a tentativa de equilíbrio do que para a ousadia de chegar à frente. Se a ideia era evitar os desequilíbrios provocados por Gyokeres, eles acabam por aparecer. As oportunidades para os leões, em número superior, indicam que só por acaso não viemos de Alvalade com um resultado mais desnivelado.
Não parece nem é fácil, porém. Ao contrário do Sporting, sólido e a apurar minúcias de um processo já formado, o F. C. Porto é uma equipa em reconstrução. A colocação de Galeno no sector defensivo, opção de Vítor Bruno perante a falta de confiança nas raízes defensivas do plantel, acaba por retirar à equipa a possibilidade de esticar o jogo e acelerar em profundidade. Sem Francisco Conceição, só Galeno o pode fazer com maior probabilidade de acerto. Apesar das boas contratações, não há muitos jogadores com capacidade de aceleração com posse vertical e qualquer plantel precisa de um assim. Em seu sítio. Talvez tenha sido este o último jogo de indefinições, agora que encerrou o mercado. Temos uma equipa competitiva que pode ousar impor o seu carácter.
O autor escreve segundo a antiga ortografia
*Adepto do F. C. Porto