Corpo do artigo
A economia portuguesa cresceu 1,5% em termos homólogos e 0,4 % na comparação com o trimestre anterior. A economia portuguesa cresceu acima da média dos países da Zona Euro. Individualmente, a economia portuguesa cresceu, em termos homólogos, mais do que as economias da Finlândia, Áustria, Lituânia, Chipre, Grécia, Bélgica, França e Itália. Em cadeia, a economia portuguesa cresce consistentemente há cinco trimestres consecutivos e em termos homólogos há sete, convergindo para o padrão económico da Zona Euro, como não acontecia há mais de dez anos.
Mas o PS acha pouco e acha mal, apesar de na comparação possível só poder representar a bancarrota legada há quatro anos.
Falando em nome do partido, João Galamba, espécie de Varoufakis à portuguesa, apressou-se a depreciar os resultados nacionais e a sublinhar como melhor exemplo a Grécia. E um dia depois, em debate na SIC Notícias, Pedro Nuno Santos - o mesmo que quando Portugal levava poucos meses de intervenção externa da troika dizia que se deveria ameaçar alemães e franceses com a bomba atómica do "não pagamos" - seguiu-lhe os passos.
Pouco lhes importa e ao PS, que Portugal venha conseguindo melhor que tantos outros países em melhores circunstâncias, França e Itália a começar, diga-se, governados por socialistas. Que o investimento venha sendo recuperado. Que as exportações surpreendam com valores próximos dos 7% no primeiro semestre, acima de todas as previsões e confirmando a tendência anterior. Que a balança comercial de bens e serviços seja - facto notável - positiva desde 2013. Que o desemprego tenha baixado para valores inferiores aos de 2011. Ou que o turismo supere a concorrência em número de dormidas, hóspedes e proveitos.
Para o PS, o bom exemplo voltou a ser a Grécia. A Grécia do Syriza. A Grécia dos bancos fechados. A Grécia das filas de reformados impossibilitados de receber pensões e de depositantes impedidos de movimentar contas. A Grécia da fuga de capitais e da incapacidade de financiamento nos mercados. A Grécia da renovada intervenção externa dos credores, que Alexis Tsipras garantia há seis meses não imporiam mais coisa nenhuma, mas mandam agora mais do que antes. Credores, recorde-se, de que Portugal se libertou em maio de 2014, quando o PS pedia para Portugal mais tempo e mais dinheiro.
Pior do que um exercício de incapacidade e contradição permanente, este PS mostra-se um risco. É perigoso. Nega a realidade e podendo, fará tudo igual outra vez. Repetirá políticas, ministros e secretários de Estado. O problema é que tão pouco tempo depois, Portugal provavelmente não o suportaria.
*DEPUTADO EUROPEU