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A primeira morte da II Guerra Mundial foi a de um prisioneiro obrigado a vestir uma farda polaca e a participar numa encenação alemã, que fingiu um ataque da Polónia à fronteira da Alemanha. Morreu assassinado pela Gestapo nessa terrível noite de 31 de agosto de 1939 e acabou esquecido, tornado peão incauto no plano de Himmler para justificar a invasão da Polónia, no dia seguinte. É uma injustiça que não saibamos o seu nome, nem o de muitos outros inocentes, também eles vítimas da crueldade nascida da militância cega e intransigente. Lembramo-nos, porém, dos líderes que a souberam derrotar, e ainda que não tenham sido quem sangrou no campo de batalha, é também a eles que temos de estar agradecidos.
Pergunto-me para quem nos podemos virar nestes dias terríveis para a Europa. Quem acredita na capacidade de Juncker, Merkel, Hollande ou David Cameron para nos guiar? Ou de algum dos altos burocratas produzidos pela União Europeia ou lá colocados pela alta finança? É a outra calamidade europeia do nosso tempo: neste confronto com o Estado Islâmico, os nossos líderes mais depressa vão acordar sobre o quanto estão dispostos a pagar para lutar, do que decidir como vão lutar para fazê-los pagar.