Palavra do ano!

Esta espécie de concurso faz-se há muitos anos em vários países, normalmente liderados por editores ou associações de linguista

A volta ao Mundo em 2018 dá-nos as seguintes pistas:

Palavra do ano no reino Unido - Toxic (tóxico); França - Bienveillance (boa vontade, bem-querer); Alemanha - Heisszeit (tempo quente); Holanda - Blokkeerfries (nome do grupo que impediu uma manifestação legal); Espanha - Microplastico; Brasil - Mudança; EUA - Justice (justiça); procurei a palavra do ano na Rússia mas ainda não estava disponível.

Na República Popular da China elegem-se o carater do ano: Partilha e a palavra do ano que transmite a ideia da Importância das origens e de Não se abandonar um ideal.

Em Angola a iniciativa tem lugar pela primeira vez; a votação decorreu até 31 de dezembro mas o resultado ainda não é conhecido; fica-nos uma ideia do que será se consideramos "Esperança", "Investimento", "Justiça" e "Mudança", quatro das 10 que constituíram a short list.

O assunto é tão sério que a Oxford University Press decidiu avançar com a escolha da Palavra hindi do ano. Isto porque na Índia, e apesar dos vários milhões que falam inglês, as línguas locais e primordialmente o hindi começam a toldar o universo anglo-saxónico. E os britânicos não querem deixar de os perceber. A palavra do ano de 2018 ainda não foi revelada. A primeira, a de 2017 foi Aadhaar - base ou fundação; na verdade foi escolhida por ter sido a marca do processo desencadeado pelo Governo para atribuir a cada cidadão indiano um código numérico de 12 dígitos num movimento homérico de recenseamento.

Por cá, conforme notícia da Porto Editora, que organiza este evento há precisamente 10 anos, a palavra do ano foi: Enfermeiro.

Talvez pareça muito redutora, mas, na verdade, encerra uma determinação pela luta coletiva, heterodoxa, ousada e persistente que pode vir a perturbar esta espécie de pax romana de que por agora ainda gozamos.

*ANALISTA FINANCEIRA