Poderiam estas palavras destilar nostalgia. Por serem as últimas. Mas são palavras de bom agouro. Ninguém pode arrogar-se ao monopólio de um espaço de comunicação, por melhor opinião que sempre tenha.
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O confinamento da covid 19 terminou e esse era o período para o decurso destas crónicas. E que dizer? Os meios de comunicação conferem pouco tempo e espaço à educação. Sobretudo em função da importância social que ela possui. O desporto, a economia, e tantas áreas, possuem neles lugares próprios, avantajados, para espremerem, não raro, os nadinhas da nossa existência ou indiferença. Por repetirem à saciedade as mesmas bagatelas cíclicas com que nos entretêm.
A iniciativa destas crónicas, oportuna e louvável ao JN, permitiu trazer a público aquilo que do ensino nem sempre se conhece. Um contributo frágil, reconheçamos, de um mundo rico de experiências, projetos e inovações, que todos os dias acontecem em tantas escolas deste país. Que têm de fermentar ao máximo a imaginação e criatividade para ultrapassar tantos problemas, carências e limitações com que os professores e alunos se confrontam.
É claro que um espaço fixo teria de alargar-se ao contributo e publicação do que cada escola consegue de melhor ou às insuficiências duras que têm de sublimar. Um bom escândalo vende bem mais do que o esforço coletivo de uma escola do interior. Mas necessitamos mais de bons exemplos e bons desafios do que notícias pífias que se esgotam em dois dias. Denunciar não é preciso? Claro que é. Mas o serviço público da escola é bem mais importante. Mais, ainda, a sua partilha. Fica o desafio a quem aprouver: uma página, um suplemento semanal, ou outra solução. Afinal este país não possui um único jornal sobre educação. E o assunto não o merecerá?
Professor de História no Colégio D. Diogo de Sousa, Braga