Estive há dias no auditório de uma freguesia de Oliveira de Azeméis, Carregosa, onde a Biblioteca Ferreira de Castro promoveu uma sessão lembrando este escritor oliveirense, de "A Selva" e os "Emigrantes" e onde sobressaiu uma iniciativa simples mas notável: distinguir os jovens que, através dos mais velhos e dos pais dos mais novos, requisitam livros para leitura.
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Ou seja, incentivar, com apoio dos professores e pais, o hábito e interesse pela leitura do Livro. A melhor forma que os responsáveis de uma biblioteca pública encontraram para divulgar o seu "produto", os livros, através do hábito de "consumo" que confere sentido e compromisso da escola.
Para um "Portuense de Oliveira de Azeméis e Oliveirense do Porto", que faz da escrita e do livro extensão profissional e complemento cívico, não poderiam os responsáveis de uma biblioteca com nome de tal patrono, ter melhor opção pedagógica do que "semear" o hábito da leitura e amor pelo livro entre miúdos e adolescentes, corresponsabilizando pais e professores que se sentiam orgulhosos do empenho conjunto.
Se há momentos em que sentimos orgulho na terra que nos deu à luz, este foi um deles, pela surpresa e, sobretudo, pelo "serviço cívico" prestado por profissionais que mais não recebem do que a tranquilidade de cumprirem o seu dever, como tal merecerem ser reconhecidos, o que faço, curvando-me e agradecendo solidário.
Manter ligação às raízes tem isto mesmo, surpresa e privilégio de reencontrar a Felicidade em gestos e comportamentos simples mas dignos, esperança e confiança no futuro em que devemos acreditar. Num momento de crise social e económica, para além de política, retempera a confiança assistir a comportamentos como este, de amor ao livro.
*Arquiteto e professor