Há muitas razões para os jovens abandonarem a prática dominical. Desde logo a contestação dos valores recebidos, típica do crescimento humano e que caracteriza a adolescência.
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O Papa Francisco, confrontado com esta tendência juvenil, numa questão colocada por um jornalista durante o voo de regresso da sua viagem ao Cazaquistão, aproveitou para chamar a atenção para a incoerência dos pastores. Disse o Papa: "Se és um bispo ou um padre que não é coerente, os jovens têm "faro" e... adeus, foram-se!"
Para além da coerência, para atrair as pessoas são necessários pastores que se preocupem mais com o povo e pensem menos "no dinheiro, no crescimento, nos planos pastorais", disse o Papa. É claro que tudo isso é importante: mas o mais decisivo é a proximidade com as ovelhas que lhes estão confiadas!
Quanto ao que devem ser os pastores, o Papa recomendou ao jornalista a leitura do comentário de St. Agostinho sobre o texto bíblico do capítulo 34 do profeta Ezequiel. É natural que o Papa se tenha lembrado deste texto, porque é um dos propostos, nestes dias, para a oração diária dos sacerdotes na Liturgia das Horas. Estes devem rezar todos os dias a determinadas horas, sendo comum que outros fiéis também o façam.
O texto de Ezequiel, que St. Agostinho comenta e aprofunda, critica fortemente os pastores que não cuidam do rebanho e se apascentam a si mesmos. Não cuidam das doentes, nem procuram as tresmalhadas. Bebem o leite das sãs, tiram-lhes a lã para se vestirem e matam-nas para se alimentarem.
Tanto as palavras do Papa como os textos por ele referidos são um forte abanão para os pastores, que, neste período do ano, estão envolvidos na implementação dos seus planos pastorais. São palavras que clarificam o que deverão ser as suas atitudes e preocupações em relação ao rebanho que lhes está confiado.
*Padre