Os bons resultados obtidos por Gouveia e Melo na sondagem que acaba de ser publicada sobre as próximas presidenciais é o fruto típico de alguém que se tornou conhecido sem nunca precisar de se dar a conhecer.
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Descontando o ridículo que me parece estar a fazer esta sondagem para umas eleições que só acontecerão daqui a quatro anos, a verdade é que a leitura comparativa que eu faço entre os números atingidos por Gouveia e Melo e os números atuais da popularidade e aprovação do presidente Marcelo são claramente favoráveis ao atual inquilino de Belém. Como facilmente os meus estimados leitores perceberão, é muito mais difícil e meritório ter a aprovação popular que o prof. Marcelo tem neste momento do seu segundo mandato, do que o resultado que o almirante Gouveia e Melo consegue obter depois do seu sucesso na gestão da vacinação, sem ter sido obrigado a provar publicamente nada mais do que isso.
Explicando talvez melhor, uma coisa é ser obrigado a tomar decisões que dificilmente podem agradar a todos, como já aconteceu repetidas vezes com o atual presidente, outra coisa bem diferente é ter tido sucesso no desempenho de uma missão cujo objetivo era unânime e cujas decisões eram facilmente consensualizadas.
O que o povo auscultado na sondagem sabe e aprovou em Gouveia e Melo foi a sua eficiência e até acredito que o povo feminino ainda valorize também a boa imagem indesmentível do almirante. Reconhecida largamente a sua competência e eficácia, pouco ou nada mais sabemos sobre o que pensa e como teria ele gerido todas as outras situações com que nos deparamos nos últimos anos, desde a primeira tomada de posse do atual presidente. Que eu saiba, não lhe é conhecida sequer nenhuma apreciação positiva ou negativa daquilo que o presidente Marcelo teve de fazer ou decidir, o que nos poderia ter sido útil para sabermos o que é que ele pensa sobre a função e atribuições do presidente da República.
Conta-nos a história internacional de alguns países que até um palhaço pode ser candidato a presidente e na opinião de alguns maledicentes até já existiram alguns que foram eleitos. Conta-nos também a história menos recente do nosso Portugal que há quem pense que a eleição de um presidente se pode vender como se vende um sabonete. Mesmo sabendo disso, eu quero continuar a pensar que em Portugal e até 2026 não entraremos em nenhuma destas duas histórias.
*Empresário