"Para melhor está bem, está bem..."
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A Educação dá, de novo, o exemplo ao ser a cobaia da reforma do Estado, que pretende estender a reorganização das estruturas, gradualmente, a todos os ministérios.
As mudanças são usualmente vistas com desconfiança, pois, e apesar das boas intenções de que estão revestidas, só quando são concretizadas no terreno se consegue perceber o quão positivas se apresentam.
Desde há anos que as escolas identificavam as dificuldades e ineficiências no funcionamento do Ministério, por culpa do sistema, e não de quem desempenha funções, havendo quem, no passado, o quisesse implodir, tal o tamanho monstruoso da máquina de um dos mais difíceis ministérios de qualquer Governo.
A reboque deste anúncio, os líderes escolares reclamam a importância (urgência) de apoio jurídico no desempenho das suas funções, da melhoria do concurso de professores (muito complexo e prolongado no tempo) e da qualidade/funcionalidade dos sistemas de informação do Ministério da Educação (há muito, obsoletos!), como se constatou recentemente pela inexistência de dados fidedignos e certificados sobre o número de alunos sem aulas, e, de um modo transversal, de um processo mais eficaz de contratação pública, o principal inimigo das instituições públicas, nomeadamente das escolas.
Apesar de previsíveis alterações que se auguram para o 1.° semestre do próximo ano letivo, opino que o conhecimento acumulado de alguns dos profissionais que exercem funções nos diversos serviços do MECI seja aproveitado, pois são pessoas válidas que compreendem o sistema educativo, mormente a forma de operar ao nível da proximidade com as escolas.
A eficácia e a eficiência decorrentes das alterações almejadas devem ser alavancadas na mesma medida ao nível do apoio exigido pelas instituições educativas, desejando-se o estreitamento das relações entre o próprio MECI, autarquias e escolas, no intuito comum de melhorar a excelência dos serviços adstritos à Educação.
Por ora, persistem as questões: a atividade das escolas melhorará com estas mudanças? O apoio da tutela às suas escolas será efetivo? Os pedidos dos dados em duplicado pelos serviços distintos do MECI cessarão? Os mandatos constantes dos diferentes serviços, por tudo e por nada, diminuirão? As informações/respostas variáveis à mesma pergunta emanadas de diferentes serviços do MECI acabarão? A ver vamos o que o futuro nos retorquirá.
Queremos encarar as mudanças com otimismo mas, como diz povo, "para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim".