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A forma como o F. C. Porto se projectou para o primeiro dia do ano, líder com companhia, com uma vitória incontestável no “derby” da Invicta, alimentou um treino aberto com 32 mil pessoas em formato esperança após uma quase rendição. Convém não esquecer onde estávamos há um mês para que nos possamos projectar para o primeiro mês de 2025. De uma equipa que sentiu o efeito Samu frente ao Farense, eis uma equipa que sentiu o efeito Mora no jogo com o Moreirense. Esses dois efeitos, surtindo efeito, podem ser dínamos que façam crescer o jogo colectivo para novos patamares, mas não podem rendilhar o crescimento com fogos fátuos. Há um processo colectivo azul e branco a crescer e será fundamental que na Madeira, frente ao Nacional, a confirmação de entrar com o pé direito não deslize para o lado esquerdo que se sentiu após a vitória promissora em Guimarães. É no processo colectivo de solidez que o F. C. Porto deve colocar os desejos nas dozes passas de fim de ano.
Frente ao Boavista, após uma primeira parte sem centelha, foi Rodrigo Mora a reclamar os seus juros de banco. Indiscutível na forma como consegue ser o “joker” do baralho quando Samu é o às com trunfo de golo. Com Nico González em fase de exuberância e Eustaquio em formato líder-patrão, compete a Pepê ser o homem quase invisível que potencia o desequilíbrio. É indiscutível. Quando a equipa descobre mais do que uma referência, fica mais perto de ser sedutora e promete. Acabar o ano na liderança parecia tarefa quase impossível. Mais do que ter a noção dos erros alheios, importa ter a imagem clara de tudo o que fizemos com a próprias mãos.
*Adepto do F. C. Porto
**O autor escreve segundo a antiga ortografia