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A Agros-União de Cooperativas de Produtores de Leite celebrou o 75.º aniversário. É uma instituição do Norte que orgulha toda a Região, mas é também uma demonstração exemplar do que o setor cooperativo pode fazer e onde podem chegar projetos agrícolas bem geridos, capazes de protagonizar uma efetiva concertação de atores - neste caso, 44 cooperativas e 800 produtores de leite.
A Agros criou uma marca e uma relação de confiança com os portugueses, moldando um setor com competência técnica e consciência ambiental. Sim, a Agros sempre teve uma preocupação com a sustentabilidade das explorações dos seus produtores, tendo feito um notável percurso de mitigação dos impactos ambientais da respetiva atividade.
A Agros também soube desenvolver um quadro relacional com a sociedade, os territórios onde os seus produtores operam e contribuem para o desenvolvimento local e a população consumidora dos seus produtos. Neste domínio, é também exemplar a sua dimensão educativa, sobretudo no nutricionismo junto das camadas mais jovens.
A cerimónia comemorativa destes 75 anos contou com a presença do primeiro-ministro que, numa intervenção esclarecida, fez a apologia da agricultura como importante setor para a economia, sobretudo dos espaços rurais, e essencial para a fixação de pessoas nesses territórios, numa abordagem integrada que rejeita o pseudoconflito entre a agricultura e o ambiente, que leituras urbanas descontextualizadas vão alimentando.
De facto, a preservação ambiental e a manutenção, bem como o restauro, dos espaços naturais que nos habituamos a ver e a fruir - sistemas agrossilvopastoris resultantes da simbiose entre a natureza e humanos durante muitos séculos - exigem uma agricultura capaz de interpretar o seu tempo e lugar e de garantir condições atrativas aos seus guardiões: os agricultores. Esta é uma questão-chave.
Este equilíbrio é naturalmente mais efetivo a Norte, onde a orografia é mais diversa e a estrutura fundiária mais fragmentada. Uma realidade mais exigente, também, na componente ambiental, onde a competência da Agros tem ajudado a encontrar soluções adequadas. Mas a sua lição é também a de que um modelo de proximidade dá bons frutos.
Está tudo bem? Certamente que não, até porque os requisitos, incluindo os legais, são cada vez mais exigentes. Mas a Agros conta uma história de perseverança e de superação que permite acreditar num setor agrícola economicamente sustentável e capaz de assegurar o futuro do ambiente.
Por tudo isto, a Agros está de parabéns! Só lhe podemos desejar sucesso nos futuros 75 anos.