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Foi recentemente anunciada a instalação de uma unidade nova para tratamento do cancro - a protonterapia - no Instituto de Oncologia do Porto (IPO).
Em cerimónia presidida pelo primeiro-ministro de Portugal, dr. Luís Montenegro, que contou ainda com a presença da ministra da Saúde, prof. dra. Ana Paula Martins, e com o ministro da Coesão Territorial, dr. Castro Almeida, foi firmado o compromisso da criação do primeiro Centro Nacional de Protonterapia (CNP) em Portugal, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o apoio da Fundación Amancio Ortega (FAO).
A protonterapia consiste numa abordagem terapêutica que direciona feixes de protões acelerados com extrema precisão para o local da lesão tumoral, e que permite tratar alguns tipos de cancro com muito maior eficácia e menos efeitos indesejáveis. Quando comparada com outros métodos, como seja a radioterapia, verifica-se que o tempo de tratamento é menor, quer porque diminui consideravelmente o número de sessões, quer porque o próprio tempo do procedimento é substancialmente reduzido, alcançando também assim mais conforto e melhores resultados terapêuticos.
Trata-se de um avanço técnico e científico significativo que permite melhorar a qualidade de vida dos doentes, e que contribui de forma expressiva para resultados superiores no tratamento do cancro em Portugal.
O IPO do Porto contou com a FAO, que através da doação de 80 milhões de euros, desempenhou um papel crucial e tornou possível a aquisição de equipamentos de alta tecnologia e a formação de profissionais especializados que vêm oferecer mais esperança a quem enfrenta esta doença.
Além disso, o Centro recebeu ainda a ajuda de dezassete milhões de euros em fundos comunitários do Norte 2030, através do Ministério da Coesão Territorial e da Comissão de Coordenação da Região Norte (CCDR-N), sendo assegurada a comparticipação nacional para a construção e operação do Centro, pelo Ministério da Saúde.
Está de parabéns a equipa dirigente do Instituto Português de Oncologia do Porto, que se saúda na pessoa do seu presidente dr. Júlio Oliveira, pelo empenho na construção de uma ideia e depois na concretização desta tão aguardada Unidade de Protonterapia. Na verdade, o IPO Porto, que já possui o maior serviço de radioterapia do país, oferece agora também uma estrutura robusta e competente para acolher doentes de todo o território nacional.
Esta iniciativa do IPO Porto e também o serviço público de saúde - o SNS -, que assim conseguem acompanhar a vanguarda do conhecimento e da tecnologia, elevando ainda mais o nível dos cuidados oncológicos em Portugal, merecem todo o nosso respeito e gratidão.