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Este ano, a tarefa de dar à luz anda especialmente desafiante. Já não bastava a montanha-russa de emoções de gerar uma vida num mundo totalmente do avesso e as grávidas têm, agora, uma nova preocupação: onde vão parir. O primeiro choro dos bebés ouve-se após quilómetros e quilómetros de desespero entre urgências. Até setembro, quase seis dezenas de crianças nasceram em ambulâncias, número que já superou o do ano anterior. É impossível não sentir que, neste momento, o SNS, que sempre foi a nossa grande mais-valia, nos está a falhar, a fechar-nos a porta, a dar-nos música em telefonemas infindáveis. Do lado de lá, num pedestal, a arrogância de uma ministra que bate o pé aos factos e recusa sair. Grávidas de Portugal, coragem, vocês mereciam melhor. E nós também.

