Passaporte digital do produto: o futuro passa por aqui!
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O passaporte digital de produto esteve em destaque nas iTechStyle Talks, promovidas no quadro da edição 60+3 da Modtissimo, que decorreu na passada semana em Matosinhos. Além de informar a indústria sobre o trabalho que está a ser realizado no CITEVE para o desenvolvimento do DPP (do inglês, “digital product passport”), foram também realçadas as vantagens do uso desta tecnologia para aumentar a competitividade e transparência das empresas têxteis nacionais no mercado global.
O DPP é uma das muitas iniciativas que a União Europeia está a promover no âmbito do European Green Deal, que visa alcançar a neutralidade carbónica em 2050 e a redução, já para 2030, das emissões de CO2 para 55% relativamente aos níveis de 1990. Neste contexto, a Comissão Europeia propôs diversas iniciativas para a prevenção do desperdício, para a reutilização dos materiais dentro da cadeia de valor pelo máximo período de tempo possível, estimulando a circularidade, e para a promoção do consumo sustentável. É neste enquadramento que surge o DPP, que nesta fase está a ser analisado para três cadeias de valor: têxtil, baterias e produtos eletrónicos.
Assim, até 2030, todos os produtos têxteis à venda na União Europeia necessitarão de um passaporte digital de produto, que consistirá numa etiqueta com um código QR (ou outra tag que permita a identificação inequívoca do produto), que permitirá visualizar informações sobre as origens do produto, a composição do material, a cadeia de abastecimento, o índice de sustentabilidade (e eventualmente os consumos específicos de água, energia e químicos), bem como a sua reciclabilidade e informação adicional de conservação e limpeza, concentrada num único identificador.
Apesar de ainda não ser conhecido o nível de detalhe da informação exigida no DPP, esta está a ser discutida no âmbito de diversos grupos de trabalho europeus, tendo o CITEVE um papel ativo nestes grupos como especialista para o setor têxtil.
Uma certeza subsiste: o futuro dos produtos têxteis passa inevitavelmente pelo passaporte digital do produto, que o CITEVE investiga no âmbito do projeto be@t.