Passos Coelho despediu-se no último fim de semana do PSD e do país, embora me pareça que o partido laranja se tenha despedido do ex--primeiro-ministro com bastante menos intensidade, vontade e entusiasmo do que o país lhe disse adeus.
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Passos quis ir além da troika mas foi a troika que veio do Além para o assombrar e não veio sozinha. Trouxe-lhe o Diabo em forma de socialista sorridente e calmo, que lhe levou o poder enquanto o próprio esfregava um olho. Certamente afetado pela nefasta presença do Mafarrico, Passos transformou-se, começou a definhar, os ombros curvaram, a energia perdeu-se. Vimo-lo por aí perdido, uma alma penada de dedo em riste a anunciar ao mundo que o Satanás estava para chegar, escondendo saber que o Belzebu já tinha vindo. Pior do que isso, poucos se sobressaltaram com a proximidade das chamas. Depois dos anos do frio calculismo das folhas de Excel que governaram o país, soube bem um pouco de calor. Entre um e outro, a sorte veio e escolheu o Diabo.
Enfim, não se sabe se foi antes Passos Coelho que teve azar. Quis agarrar o destino, acreditou que era o Messias que ia transformar o país das cigarras e acabou, empurrado por boas notícias, do lado errado da História. Do lado que todos querem esquecer. Desconfio que ainda não sabe porquê. Tenho a certeza de que ainda acha que foi a História a ficar do lado errado de Passos.