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Do resultado e da exibição, há uma síntese abonatória: se este é o patamar mínimo da condição futebolística do F. C. Porto de Farioli, temos equipa para discutir todas as competições. A entrada foi menos intensa mas não foi em falso, a vantagem mínima chegou de penálti, mas outras boas oportunidades (e outro penálti, já agora, inexplicavelmente não assinalado por Luís Godinho/Bruno Esteves) foram perdidas, os momentos de inspiração foram de menor centelha mas mais operários, o acerto combinou com ausência de ataque continuado em vários períodos, mas a superioridade e controlo nunca estiveram em causa, a energia foi menos explosiva mas a entrega esteve lá. Radiografia de um jogo para o qual o Nacional muito contribuiu com pressão alta e condicionamento do jogo como até agora nenhum adversário foi capaz. Um fim de tarde mais desinspirado? Talvez. Mas também com muitos percalços. Para além da lesão grave de Nehuén, Farioli ganhou mais um (neste caso, bom) problema.
Quando se pensava que a grande dificuldade seria como promover a entrada de Rodrigo Mora na equipa, eis que uma nova prova de compatibilidade assoma: como jogar com Pepê e William Gomes no onze inicial? Se é verdade que o jogo sentiu a falta da genialidade e erupção de William, também é notório que Pepê foi um dos homens do jogo, pelo que fez e entregou. Algo perdulário ou com falta de sorte na definição, Pepê não é dono "do" lugar mas é quase dono de "um" lugar. O que fazer com tantas opções de qualidade no sector atacante (Mora, Gabri, Pepê, Wiliam) é uma peça extra para um puzzle que pode encantar e montar à medida que se trabalha e espera.

