Portugal venceu esta semana mais uma etapa na construção do Estado socialista. Foi um pequeno passo para a frente das esquerdas revolucionárias, mas um passo de gigante para os cidadãos, sobretudo para os contribuintes. Um ataque direto e brutal à propriedade privada, ao património e à poupança.
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Os sinais da alegre caminhada para o "chavismo" não são já sequer tímidos ou disfarçados. O levantamento do sigilo bancário (mesmo que para efeitos fiscais, é disso que se trata) acima dos 50 mil euros e a fixação de um novo imposto sobre o património imobiliário (uma taxa de riqueza, no fundo) podem facilmente ser interpretados como um confisco, como um assalto ou como um abuso. Muito se tem escrito sobre estas medidas e nada do que se tem escrito é positivo para o Governo.
Sucede que, a meu ver, o que está em causa é mais grave e alarmante. Trata-se de dizer aos portugueses que não podem acumular riqueza nem deter património. Que o fruto do seu trabalho se destina apenas a sustentar os vícios do Estado. Que não devem poupar ou que a única forma segura de o fazerem é utilizando a parte de baixo do colchão. Colocando em causa uma cultura profundamente enraizada na sociedade, transmitida de geração em geração, e que tem a poupança e a detenção de propriedade (a terra, como se dizia) como valores fundamentais na economia das famílias. Chegou o momento em que percebemos que este conceito, à luz do anticapitalismo vigente, está morto. O grande beneficiário da poupança e da propriedade privada será o Estado, ainda mais e de forma cada vez mais avassaladora.
Não é importante diminuir o défice nem a dívida. Não há urgência no arranque do quadro comunitário nem na realização de investimento público. Não nos preocupemos com a quebra das exportações ou com a ausência de crescimento económico. Nem pensar em estabilidade fiscal. Nada disso. O que realmente conta é devolver direitos e acrescentar regalias às classes trabalhadoras (e voltamos sempre às extraordinárias 35 horas semanais, essa grande conquista do bolchevismo).
A tentativa de construção de um Estado socialista, a que estamos a assistir, equipara-nos a realidades que a democracia e o desenvolvimento se encarregaram de extinguir. Leva-nos até Cuba (quando já nem Cuba é o que era), aproxima-nos da extinta RDA. Mas, infelizmente, isto não é o Canal História. Infelizmente, "isto" é a construção de uma Venezuela em Portugal, em pleno século XXI. Dão-nos apenas o direito de assistir. E de pagar.
A tentativa de construção de um Estado socialista, a que estamos a assistir, equipara-nos a realidades que a democracia e o desenvolvimento se encarregaram de extinguir. Leva-nos até Cuba (quando já nem Cuba é o que era), aproxima-nos da extinta RDA
EMPRESÁRIO E PRES. ASS. COMERCIAL DO PORTO