Sou grande apreciador de ficção científica e deve ser por isso que sou fã de Orçamentos do Estado.
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Sempre me intrigou esta insistência em querer decidir agora sobre o que vai acontecer no ano seguinte, especialmente porque todos os anos as previsões falham, a execução não é cumprida, as cativações surgem e o futuro, sempre teimoso, nunca acontece como nós o queremos. É querer no presente que o futuro seja definitivo, uma vontade que o passado confirmou sempre que se frustrará.
Fico por isso admirado com toda aquela coreografia meio tonta da entrega do Orçamento, como se a pen fosse uma pedra onde tudo estivesse escrito. Uma vez entregue, já podemos respirar de alívio: é só seguir o guião. Mas a política e os Orçamentos fazem lembrar Groucho Marx: "Estes são os meus princípios, e se não gostas deles... tenho outros".
*Jornalista