Os resultados das eleições foram bastante claros. A PàF até pode ter sido o mais votado, mas não houve nenhum real vencedor.
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Passos e Portas, obrigados a ter de fazer o contrário do que têm feito - reconhecer que a Oposição existe -, não foram além de um abraço cético e pouco entusiasmado com o futuro que se avizinha, de agenda cheia de reuniões com o PS. António Costa estava tão sorridente que até parecia que tinha ganhado, mas foi o grande derrotado da noite. O PCP viu-se ultrapassado pelo Bloco e esse resultado só pode ter sido sentido como um duro revés. O Bloco de Esquerda festejou, mas na verdade falhou o grande objetivo de remover a Direita do Governo. A exceção é o PAN, o único a ter genuínas razões para celebrar.
A Direita sabe que perdeu poder e a Esquerda sabe que perdeu a oportunidade de o conquistar. E é por isso que as negociações para a formação de um novo Governo vão ser difíceis. Uns e outros partem como perdedores e há o risco de se perderem em histerismos, para disfarçar a fragilidade.
Seria bom que todos aprendessem a lição que o povo lhes deu no domingo: sejam humildes, ponderados e sosseguem. Isto, como escreveu o Pina, "não é o fim nem o princípio do mundo calma é apenas um pouco tarde".