Pilar e Saramago. Um ato de amor
No Dia Mundial da Língua Portuguesa, celebremos o amor. Celebremo-lo num dos mais extraordinários exemplos que a história nos dá e que - especialmente no dia de hoje - é ainda mais atual: o amor de Pilar e Saramago.
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Dizia o aforismo que por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher, mas felizmente isso já não é bem assim. No Dia da Língua Portuguesa celebremos também a maior igualdade.
Hoje, por trás de grandes mulheres também estão grandes homens, e a diferença de género aplica-se menos, porque o que conta mais é a "dupla". O que o aforismo quer dizer é que se a "dupla" for boa, um mais um são três.
Chegamos à história de Pilar del Río e José Saramago, da grande mulher por trás de um grande homem, e que hoje, dia da língua, faz com que a sua obra e memória continuem, ativas e vivas, muito para além da morte.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Sul do Brasil, inaugura amanhã uma nova Cátedra Saramago, coincidindo com o ano do centenário do nascimento do Nobel da Literatura português: esta cátedra é a oitava a ter o nome de José Saramago desde que na cidade espanhola de Vigo, em 2015, a primeira foi criada. Desde então, elas inauguram-se mais ou menos ao ritmo de uma por ano, na América Latina e na Europa, em Espanha, na Itália, Bulgária, México e Peru.
As cátedras fazem parte da história de José e Pilar, mas também fazem parte da memória coletiva do povo que somos nós. A mulher por trás do grande homem hoje faz com que esse homem seja imortal, uma referência cultural para todos os seres humanos e particularmente para os que amam a língua portuguesa.
Por isto a nova cátedra de Pilar e José é, primeiro, um ato de amor.
*Presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos