Já aqui o escrevi há três anos: quer queiram, quer não, o Futebol Clube do Porto tem um poder de convocatória que transcende a dimensão estritamente desportiva.
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A cada cerimónia dos Dragões de Ouro, é palpável a adesão afetiva de quem enche a sala à natureza de uma Instituição que luta por cada vitória como quem luta por um direito. Que luta por um espaço como quem luta por uma herança. Que luta pela competição como quem luta por um dever.
E este legado, que a minha geração viu construir, com nítida e fulgurante expressão no palmarés desportivo, contribui todos os dias para que não se apague a vontade de fazer a diferença, de fazer frente, de fazer fé.
Num país pequeno e desigual, que persiste em não saber equilibrar-se e insiste em deixar-se levar num progresso amodorrado e lento, é fácil e perigosa a tentação da preguiça. O silêncio que antes se conseguia por ignorância e fome arrisca-se agora a ser presenteado por distração mais ou menos cúmplice.
É, por isso, muito importante o exemplo de um discurso vital, arrojado e consistente. O que com extraordinária lucidez Pinto da Costa sabe fazer a cada celebração anual.
A cada discurso do presidente, voltamos à estaca zero, ao ponto de partida. Ao impulso por paixão, à continuidade por resiliência, ao resultado por vontade de não quebrar.
No atleta, no sócio, no dirigente, na Casa, no parceiro ou no adepto, o Presidente do Futebol Clube do Porto descortina aquele extra de esforço, de dedicação e de entrega que permitiram o destaque; sempre como exemplo a seguir e nunca como seleção exclusiva.
O mesmo extra de esforço, de dedicação e de entrega que se reserva todos os dias para a densa rede regional que se compôs, mais uma vez este ano no Palácio de Cristal.
O sentimento com que se dirigiu à (sua) Família Portista é razão de um amor verdadeiro e definitivo, o mesmo que diz querer preservar para todos os anos de largos dias que ainda tem pela frente.
Imortal, como o Porto!
*Analista financeira