Diz-se que um político deve ser, sobretudo, um visionário. Que deve saber ler o futuro e, antecipadamente, agir em conformidade. Diz-se que um político trabalha, essencialmente, para o bem comum. Esse é o seu principal foco. Objetivo.
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É cada vez mais difícil obter consensos, até em matérias que nos parecem cristalinas. Há quem já não distinga nada, nem sequer a verdade da mentira. Há, por exemplo, quem não perceba o que é um facto, nem o que é uma opinião. É o caso dos jovens portugueses até aos 15 anos. É a OCDE que o afirma.
Olhamos para dentro de portas e para fora e assistimos ao crescimento da retórica do ódio, dos extremos, dos populistas, dos oportunistas, do gosto pelas teorias da conspiração. Carecem os bons exemplos. Sobressaem os maus. E o pior que pode acontecer a um país é pensar que os políticos não servem para nada. Além de perigoso, é manifestamente injusto. Mas, repita-se, sobressaem os maus exemplos.
Portanto, não é possível ignorar o óbvio. Nem prolongar o inevitável, sob pena de tornarmos o faz de conta numa triste realidade.
Voltemos ao início. Se um político não é visionário, será um político? Se não trabalha para o bem comum, será um político? Provavelmente, não. Admite-se que possa ser um excelente gestor, técnico, o que quisermos. Um bom político, é difícil. Antes e durante os festejos do Sporting e dos seus adeptos, alguém não foi visionário, alguém ficou a "ver a bola". Ou viu mal. Ou viu de forma interessada. Em ano de eleições é sempre complicado estragar uma festa tão desejada por milhares de pessoas.
Para o bem de todos, convinha que os políticos começassem a olhar mais para o tamanho das suas responsabilidades do que para o tamanho do seu umbigo, sob pena de mais uma vez a "culpa morrer solteira", quando todos sabemos que era "casada" com um político.
Diretor-adjunto