Alguém determinou a proibição da venda de pipocas nos cinemas e eu, obviamente, não podia estar mais de acordo. Até gosto bastante - da mais doce, então, nem se fala -, mas a minha posição deve-se à impossibilidade de consumir feijoada, cozido à portuguesa, rojões à moda do Minho, jaquinzinhos com arroz de tomate e outras iguarias que também me enchem a alma e a barriga.
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Ou há moralidade, ou comem todos. Segundo as regras, agora, não come ninguém, a constituição pandémica não permite, encerrando um capítulo de privilégios às americanices (se fizerem o mesmo com o Halloween o Carnaval agradece) e deixando, finalmente, todos em igualdade. É claro que continuará a haver muito o que fazer nas salas. Quase sem pensar, lembro-me logo de meia dúzia de coisas, algumas escandalosamente retratadas no extraordinário "Cinema Paraíso", que revi no início da semana.
Os frequentadores poderão sempre continuar a namorar, a fazer uma boa sesta (preferencialmente, sem ressonar), a conversar baixinho ou a tratar as varizes durante duas horas de terapia em câmara escura, colocando os pés na cadeira da frente. Para os cinéfilos, haverá sempre a possibilidade de assistirem ao filme.
Jornalista