Quando era uma miúda, mais pequena, os pirilampos iluminavam um caminho de terra em frente à minha casa, até à rua principal. Já não vejo um pirilampo há anos, apesar da Sara garantir que na aldeia transmontana dos avós ainda os há às carradas. Os pirilampos precisam de um mundo limpo para sobreviver, o mesmo Mundo que precisamos nós. Acontece que nós temos a possibilidade de nos mantermos confortáveis por um período de tempo até que a nossa sobrevivência seja realmente posta em causa no seu todo. Construímos esses artifícios, bolhas de ar temperado, que mais não são que alarmes de telemóvel a adiar a hora de levantar e agir. A COP27 que decorre no Egito não está assim tão longe dos meus pirilampos e, ao mesmo tempo, parece um assunto galático para a maior parte de nós. Nem está longe do maior escaravelho português que o projeto VacaLoura , de ciência cidadã, quer referenciar, para proteger a espécie. Tudo se liga à vontade de querer sobreviver , de garantir que as próximas gerações podem ver pirilampos e escaravelhos ao vivo, em estado selvagem. Discutir o clima não é um esoterismo ou uma paixão dos mais novos, é uma urgência inadiável.
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