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Nas últimas décadas as crianças deixaram de ir para a escola a pé. O carro passou a fazer parte do quotidiano das famílias, com deslocações cada vez maiores entre as áreas de residência e o centro das cidades. Por outro lado, a oferta de transportes públicos não correspondeu às necessidades da procura.
Por medo, insegurança, estatuto ou simplesmente proteção exagerada, os pais passaram a levar os filhos de carro para a escola, e se possível, estacionarem na porta da sala de aulas. E já crescidos, levam-nos à universidade e, mais tarde, ao primeiro dia de trabalho.
Neste momento, a Europa e a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Pedonal recomendam a inversão desta prática. Pretendem que as crianças voltem a correr pela ruas das cidades, ganhando autonomia, tornando-se mais ativas, saudáveis e aprendendo a sociabilizar!
Assim, o planeamento e a gestão da mobilidade tem aqui um papel determinante ao mesmo tempo que contribuirá para a descarbonização do planeta.
Atualmente, várias autarquias estão a estudar os padrões de mobilidade escolar. Como se deslocam para a escola? Que tipo de deslocações fazem? Como as fazem? Pretende-se propor medidas que levem à transferência destas deslocações para os transportes públicos e para os modos suaves.
Voltar a ter os caminhos das escolas com os meninos a pé, de bicicleta ou em transportes públicos e redesenhar os entornos das escolas para a redução de velocidades, aumentando a segurança rodoviária, é o grande desafio destes Planos de Mobilidade Escolar, agora em curso.
Que estas políticas mais sustentáveis e humanizadas devolvam a felicidade das vilas e cidades às crianças. Assim o desejo!