Só quem nunca entrou numa esquadra - e eu felizmente não precisei de entrar muitas vezes - é que desconhece aquele ar de luz fluorescente decadente, a iluminar posters desbotados sobre paredes a descascar, e de secretárias velhas a fazer lembrar aqueles telefones de discar números.
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Haverá certamente edifícios novos com paredes pintadas, mas os computadores são antigos, a burocracia é a de sempre, as queixas as do costume: "Não podemos fazer mais".
Nunca percebi por que razão num país europeu as esquadras e postos da GNR têm portas carunchosas e salas geladas, a fazer lembrar filmes em países de Terceiro Mundo.
É indigno para um país que se respeite. É indigno de uma Polícia ou de uma GNR que se quer respeitada. Tão indigno quanto deixar protestos com fundamento serem dominados por movimentos ideológicos abjetos.
*Jornalista