O ministro Castro e Almeida esforça-se por acelerar o PRR que inclui, nas verbas a aplicar, grande parte na construção habitacional.
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Conheço de há muitos anos este ministro, que considero sério e competente, bem preparado na “máquina pública” e determinado para levar a “carta a Garcia”. Contudo, no que respeita à habitação as coisas não serão fáceis, porque a anterior responsável pouco ou nada sabia da matéria, ignorando a experiência socialista com as CHES, movimento cooperativo habitacional, que poderão e deverão dar bom contributo para o efeito.
Para construir casas é preciso solo e articulação com as autarquias, matéria em que Castro Almeida é especialista, pelo que o caminho será apoiar estas para fornecerem tal base de arranque das obras, a CHES e outras entidades públicas capazes, assegurando valores de produção equilibrados e controlados. Depois, e não menos difícil, assegurar “mão de obra” capaz de alimentar a máquina produtiva em tempo e qualidade, por último controlar o “mercado” de produção/distribuição do “produto” financeira e socialmente.
Parece simples mas é difícil e exige grande determinação política descentralizada, com apoio nas autarquias, redução do circuito burocrático, seriedade técnica e financeira, transparência operacional que cumpra a tarefa como “serviço público” e não só negócio.
Em síntese, é uma tarefa gigantesca de articulação do Governo com parceiros directos interessados, envolve os poderes central e local e cadeia de produção, tem compromissos financeiros e sociais a que convém estar atento, pois nunca estivemos tão carentes deste produto Habitação.
* Arquiteto e professor