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O JN publicou 33 sondagens sobre as eleições autárquicas nos seguintes municípios: Porto, Braga, Vila Real, Matosinhos, Gaia, Viseu, Viana do Castelo, Aveiro, Sintra, Guimarães e Lisboa . Nestes concelhos, a Eurosondagem, empresa que colaborou com o JN neste trabalho, foi para o terreno por três vezes, em maio, em julho e em setembro.
Entre estas três levas de 12 sondagens, houve concelhos em que o naipe de candidatos à presidência de câmara sofreu alterações: nuns casos surgiram novos candidatos, noutros desapareceram.
Apesar desta instabilidade, os resultados da última leva de 11 sondagens publicadas pelo JN acabaram por coincidir com as vitórias eleitorais para as presidências das câmaras em representação dos seguintes partidos, coligações ou movimentos de cidadãos: Braga (PSD/CDS-PP/PPM), Vila Real (PS), Matosinhos (independente), Viseu (PSD), Viana do Castelo (PS), Aveiro (PSD/CDS-PP/PPM), Sintra (PS), Guimarães (PS) e Lisboa (PS).
Em dois dos concelhos estudados por três vezes, as nossas sondagens não foram confirmadas nas urnas: no Porto, ganhou folgadamente o independente Rui Moreira e em Gaia o candidato do PS, Eduardo Vítor Rodrigues.
Em quatro outros concelhos onde fomos ao terreno apenas uma vez, os resultados eleitorais confirmaram as sondagens em Gondomar (PS), Coimbra (PS) e Bragança (PSD). Na Guarda, acabou por triunfar o candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM, que a nossa sondagem colocava em segundo lugar, mas separado do candidato do PS por 0,5 por cento das intenções de voto.
Eis os factos. Contra os quais não há argumentos.
Porém, o "Correio da Manhã" tentou urdir uma tramoia política em torno do trabalho do JN sob o título "Sondagens erram e afetam eleições" e, a partir de convenientes fontes anónimas, escreveu que as "candidaturas de Moreira e Pizarro admitem parcialidade a favor do PSD".
Assim é fácil, muito fácil. Mas não é a mesma coisa que jornalismo. E também não é politicamente sério.
Sério seria o CM ter publicado opiniões com cara descoberta e acima de qualquer suspeita. Se mas tivesse pedido, teria ajudado. Ter--lhe-ia emprestado a opinião do prestigiado militante do PS e arquiteto Gomes Fernandes que sobre a vitória de Rui Moreira no Porto escreveu no JN: "Bom seria que os partidos [...] entendessem a lição e corrigissem caminho...". Ou, então, a de Alberto Castro, prestigiado professor da Universidade Católica e apoiante de Rui Moreira, que escreveu: "Cheguei a criticar a cobertura do JN por me parecer "descair" para o lado de Menezes. Dou o braço a torcer: no último mês e meio, o trabalho jornalístico foi isento e de boa qualidade, próximo do exemplar".