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Esta semana estive em Leuven, no congresso anual da Polis, para abordar, entre técnicos e políticos, os grandes desafios globais das cidades em matéria de mobilidade, sustentabilidade e urbanismo. Gent, Utrech, Estocolmo, Karlsrhue e Roma apresentaram grandes casos de sucesso, onde as decisões disruptivas foram toma- das sem medos, ganhando eleições e, nalguns casos, redobrando os votos.
Regresso de coração cheio, com energias renovadas, para conti- nuar o meu duro caminho. O autarca de Gent, dos mais incisivos sobre a postura política de transformar uma cidade de carros num palco de mobilidades suaves, referiu que não foi tarefa fácil e nem as ameaças de morte que recebeu o demoveram na busca do que acreditava. Porque trabalhar a mobilidade urbana é um estado de emoção.
Confessou ainda que, quando terminaram as obras, convidou os jornalistas para a visita que decorreu sob palmas dos habitantes. Aliás, só nesse dia percebeu que grande parte da opinião pública é silenciosa! Que as redes sociais nem sempre representam o cidadão, distorcendo a amostragem por grupos de interesses, lobbies, e perfeitamente localizados! Mas muito relevante foi, quando nesse debate profundo, sobre como ganhar eleições com a implementação de modos suaves, o autarca de Roma referiu que o que os move é não estarem a trabalhar para a próxima eleição, mas para a próxima geração! E disse-o com voz eloquente, afirmativa e de enorme responsabilidade coletiva.
Em síntese, ficamos com a perceção que este é o momento político! E que precisámos de políticos sem medo e com coragem de decidir e que, com isso, como ficou demonstrado, afinal vencem eleições e renovam mandatos.