Durante os nove anos, quatro meses e dois dias que os professores tiveram a sua carreira congelada, houve quem visse a sua carreira deitada ao lixo: foram despedidos.
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Outros houve que não puderam sequer começar uma carreira: tiveram de emigrar. Muitos, apesar de trabalharem tanto ou mais do que os outros, nem carreira puderam ter: continuam precários. E os que conseguiram manter os seus empregos, mas que nada puderam fazer face à redução dos seus salários, via inflação, impostos ou retirada de parcelas de remuneração?
Pedia-se mais decoro à Fenprof, mas mais ainda ao PS, PSD, CDS, CDU e BE. A crise foi um choque brutal para todos os trabalhadores, uma etapa duríssima da vida coletiva nacional, que devia ter deixado lições importantes, como esta: a vida e o dinheiro dos portugueses já não podem ser matéria de jogadas políticas.
*Jornalista