Corpo do artigo
Nestes dias vive-se uma certa dinâmica em torno do nome a atribuir à nova ponte do metro, da linha Rubi, sobre o Douro. Para esse efeito, foi constituída uma comissão de cinco homens ilustres da cidade. Nenhuma mulher a integrou. Entretanto, foram selecionados alguns nomes e todos têm razão de ser. Mas poderemos ficar com sete pontes e apenas uma ter um nome de Mulher, a Ponte Dona Maria.
Por isso, a minha escolha recai, inevitavelmente, sobre o nome de uma Mulher. Ou seja, dos nomes apresentados, resta a opção de Ponte Ferreirinha.
Mas como acredito na construção de uma ponte pedonal à cota baixa, junto às Caves de Gaia, guardaria, para essa altura, o nome desta grande mulher, umbilicalmente ligada ao Douro.
Assim, sem prejuízo da relevância dos nomes selecionados, não deixo de relevar a eventualidade de se homenagear uma mulher contemporânea portuense. Que bem que ficava a opção Agustina Bessa-Luís ou Sophia de Melo Breyner. Dois nomes incontornáveis do Porto.
Mas a possibilidade da ponte ficar contígua ao lugar de sempre, onde Agustina viveu, seria incrível!
Agustina sempre foi uma mulher ligada ao Douro. Amarantina de nascimento, foi no Porto que fez a sua Vida e muitos de nós ainda tivemos a sorte de a conhecer. Ligada ao jornalismo, à literatura, às artes e ao cinema, ou não fosse ser inspiradora de Manoel de Oliveira. Seria o reconhecimento eterno da obra de Agustina, como uma viagem ao interior e à alma do nosso rio e de todos nós, que a ele devemos a vida da nossa cidade.
Seria uma coincidência feliz, a ponte que passa sobre a sua casa, ter exatamente o seu nome.
Fica dito.
* Especialista em Mobilidade Urbana