Pontes de(o) conhecimento fazem futuro - o novo acordar nunca será uma salvação plena
Esta terça-feira será um dia marcante para os EUA. Será igualmente relevante para nós, considerando o impacto e o efeito contagiante que a personalidade ganhadora sempre terá no ambiente geopolítico internacional. São candidatos vincadamente diferentes, utilizam instrumentos de propaganda similares, ainda que um deles encontre formas pseudoinovadoras, fraturantes e polarizadoras.
Cada um à sua maneira luta com “armas” desesperadas para um “abrir de olhos da sociedade” que, inexplicavelmente, parece adormecida para uma realidade cruel que se vive hoje no Mundo, e também no seu próprio país. Não há qualquer dúvida de que teremos mais equilíbrio e desenvolvimento social se dos EUA emergir uma solução agregadora e precursora do esteio democrático ímpar no cenário global.
Neste conflito constante entre soundbites e uma visão ideológica, para além do uso de uma certa Psicologia das Multidões, de Gustave Le Bon, vive uma sociedade profundamente dividida e com mágoa de transparecer uma suposta “fraqueza” tão criticada e que parece irremediavelmente mal compreendida pelo voto num candidato como Trump. Há uma certeza, o voto em Trump encerra muito de “multidão”. A verdade é que há um certo desencanto com as políticas e a governação sem respostas. Qualquer que seja o voto vai determinar muito do que seremos e do que seremos capazes de fazer. Não ditará, certamente, um novo acordar como uma espécie de plena salvação para todos os problemas. Sem respostas, os soundbites trumpistas, onde quer que eles estejam, serão crescentes.
O principal desafio que nos deve absorver é a incompreensão face às (in)ações de uma governança pública cujas (não)decisões têm um reflexo direto na sociedade e que são responsáveis pela estabilidade de um estado soberano. Hoje, mais do que nunca, a política, leia-se decisores públicos, tem de ser capaz de dar uma verdadeira resposta às diversas necessidades de uma sociedade inquieta, seja numa tempestade, na segurança e tranquilidade social, ou seja na manutenção da paz e respeito pela soberania.
O voto democrático será sempre a melhor resposta. A história já nos fez acordar e ver que o voto exige uma ação política capaz. A ver vamos.

