Pontes de(o) conhecimento fazem futuro – destruição criativa e o Norte
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O conceito inerente aos distinguidos pelo Prémio Nobel da Economia deste ano - Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt - vem reforçar a certeza, que já tínhamos, de que a inovação (conhecimento) impulsiona o progresso, e como aquela é um dos principais motores indutor deste.
É curioso que, num momento em que há um grande debate sobre as questões da investigação e inovação em Portugal (permitam-me dizer que, mais importante do que o modelo organizativo - que não é irrelevante, claro que não - serão as políticas, os instrumentos e modelos de avaliação, devidamente acompanhados por um envelope financeiro), tenhamos o relevo internacional da inovação, do progresso tecnológico e da necessidade em gerir o fluxo de renovação de produtos (novos versus antigos) para que o choque entre agentes de mercado seja absorvido em prol de um crescimento sustentado.
Há, ainda, uma certeza absoluta, não existe inovação sem conhecimento e não há conhecimento sem instituições robustas e interligadas com a sociedade. É neste domínio que importa defender também, para o modelo que venha a ser criado para a investigação e inovação em Portugal, uma certa "destruição criativa" que promova o que de melhor temos, mas sobretudo o que de melhor poderemos ter, alinhado com um impulso claro nesta alavanca tão significativa para o país.
Relativamente ao nosso papel - universidades ou politécnicos? Aqui estaremos para continuar a percorrer um caminho de grande vitalidade, que em muito se deve aos nossos docentes e investigadores. Há poucos dias a Universidade de Cambridge publicou um relatório sobre transferência de conhecimento e crescimento económico. Neste quadro, quero destacar uma das dimensões que considero mais relevante para o futuro das regiões - os sistemas. Este desígnio implica: 1) fortalecimento das condições estruturais; 2) melhoria de infraestruturas de inovação; 3) criação de ecossistemas colaborativos; 4) mais conhecimento. A Norte, será preciso aprofundar o diálogo para continuar a liderar o conhecimento e a inovação, numa relação de troca total, como defendia George Steiner. A Norte, mais conhecimento implicará sempre novas respostas ao nível do Ensino Superior, transformação de instituições.

