Mandam as regras. Qualquer subtracção que cause dor, requer algum tipo de anestesia. Assim devia ser e, verdade seja dita, momentos houve em que o F. C. Porto foi letárgico. Mais lento, mais previsível, sem acerto no último passe e a definir mal em momentos importantes. Algo que já tinha aportado, em moldes diferentes, na 1.ª parte frente ao Sporting.
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Mas nenhuma equipa, por mais anestesiada que esteja, estará preparada para uma dose maciça de incompetência de um árbitro e de um VAR que, talvez por hábito, resolvem brincar com os profissionais em campo, com as leis do jogo e com as boas práticas cirúrgicas. Sejamos claros: o Braga teve mérito na forma coesa como defendeu, o F. C. Porto não fez um bom jogo, mas a arbitragem fez cirurgia reconstitutiva ao jogo, extraindo pontos com veneno.
Ficaram, segundo a maioria das opiniões, dois penalties por marcar. Um deles, absolutamente inequívoco. O primeiro, aos 5 minutos de jogo sobre Evanilson, a típica e clássica grande penalidade em que o guarda redes, sem tocar na bola, abalroa o avançado. O segundo, aos 44 minutos, sobre Taremi, quando Yan Couto (inadvertidamente) pisa o calcanhar esquerdo do iraniano. Castigos máximos claros como água que nem Hugo Miguel nem Fábio Melo (VAR) e as suas multi-câmaras na cidade do futebol foram capazes de ver.
No início e no final da 1.ª parte, alguns protagonistas disseram ao que vinham. A derrota não se explica apenas pela arbitragem, mas a arbitragem é auto-explicativa.
A infelicidade, falta de sorte, desinspiração e algum cansaço fizeram sentir-se em elementos nucleares da equipa. Após um clássico decisivo e exigente a meio da semana frente ao Sporting, o preço a pagar foi evidente e imposto. Faltam três finais e quatro pontos. Nunca mais é sábado.
Positivo: Uma série de 58 jogos sem perder no campeonato, recorde absoluto para a História, não pode abalar a confiança. As declarações no final do jogo não deixam dúvidas.
Negativo: Hugo Miguel brinda-nos com mais uma dissertação sobre o veneno. Dois penalties por marcar em Braga.
o autor escreve segundo a antiga ortografia
*Adepto do F. C. Porto