Decidi integrar a Comissão Política da coligação Portugal à Frente. Faço-o a título pessoal e como cidadão independente, sem qualquer vínculo partidário. Pessoalmente, teria sido muito mais cómodo ficar em casa, calado e quieto, sem tomar posição. Enquanto empresário e presidente da Associação Comercial do Porto, seria muito fácil encontrar uma justificação plausível para evitar envolver-me.
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Porém, numa época em que todos lamentamos a escassa participação da sociedade civil na política e o distanciamento entre eleitores e eleitos, tenho a obrigação de defender os valores em que acredito e o dever de contribuir para um Portugal melhor.
Estão em causa dois modelos para o Governo distintos: um assenta numa economia estatizada e fortemente assistencialista, a par de uma lógica de formação de maiorias que inclui partidos que defendem a saída de Portugal do euro, da União Europeia e da NATO; outro, pelo contrário, tem por base uma economia livre e aberta, assente em empresas, empresários e trabalhadores, em políticas públicas que garantem a sustentabilidade dos sistemas de segurança social, saúde e educação e que reserva ao Estado o papel de regulador. É deste lado da política que estou. É este o modelo em que me revejo e é por isso que colaboro, como cidadão, como empresário e como pai, com a coligação. Acredito que muitos portugueses não pretendem voltar aos anos de cortes e de resgate da nossa independência. Tenho a certeza que um Portugal melhor se faz com a energia do nosso trabalho, com empreendedorismo, motivação, e com um Estado mais justo, mais equilibrado e com mais coesão social.
O meu envolvimento, enquanto independente, nas próximas eleições não me impedirá nunca, nem à Associação Comercial do Porto, de tomar posição em defesa dos interesses do Porto e do Norte, como é nossa missão e tradição.
Para terminar, resta esclarecer algumas mentes conspirativas que veem neste meu contributo um trampolim para outros voos. Não se preocupem. Fica escrito: não serei nem quero ser deputado. Felizmente, a minha vida é feita de trabalho no setor privado da economia. Quero apenas duas coisas: o melhor para a minha cidade e o melhor para o meu país. É por isso que, voltando ao princípio, não podia ficar calado nem quieto.