Terminada que está mais uma "Semana Santa", é indesmentível a constatação do crescimento que a Região do Porto e Norte tem denotado ao nível do turismo.
Corpo do artigo
Sendo esta uma semana muito importante para todo o setor, é notório o crescimento sustentado, ainda que moderado, do turismo no Porto e nas cidades envolventes.
Fruto de um grande reforço ao nível hoteleiro, da modernização do setor da restauração, da importância atribuída à qualidade no atendimento e à focalização no cliente, destinos como Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Vila Real e Ponte de Lima têm revelado enorme poder de captação de novos públicos.
No que à Região do Porto e Norte diz respeito, é de notar que, em alguns locais, a taxa de ocupação hoteleira rondou os 100%, algo que até há bem poucos anos era apenas notícia quando se falava de números de turismo nas regiões do Algarve ou da Madeira.
Importante igualmente salientar a alteração do turista-tipo. Revelando-se agora naqueles que nos visitam o aumento do gasto per capita e o alargamento do número de dias de permanência nos diferentes destinos visitados. Aqui reside um dos desafios do setor, ou seja, mais importante do que captar muitos turistas, é fundamental atrair turismo com forte poder aquisitivo.
Para tudo isto muito tem contribuído o importante trabalho conjunto efetuado por privados, pelas câmaras municipais, pela CCDR-N, pela Associação de Turismo do Porto e Norte, pela Entidade Regional de Turismo e pelo Turismo de Portugal.
No entanto e pela negativa, não posso deixar de mencionar a insistência do Turismo de Portugal em não apoiar eventos com uma larguíssima projeção mundial, tais como o Rali de Portugal, o Circuito Mundial de Carros de Turismo (WTCC) e a Red Bull Air Race. Esta entidade reflete uma visão centralista que continua a subsistir no país. A discussão de prioridades continua a não ser alargada a todos os intervenientes. É necessário insistir numa estratégia integrada que potencie o país no seu todo sem menosprezo desta ou daquela região.
A "Marca Portugal" tem de ser forte e passar para o exterior a imagem de um país com história, com paisagens, gastronomia e vinhos diversificados e, acima de tudo, com um enorme profissionalismo e capacidade de bem receber. Temos de conseguir que aqueles que nos visitam funcionem como os nossos melhores "vendedores", ao transmitir as suas experiências ao seu núcleo familiar e de amigos.
Nota: Termino esta crónica com uma sentida homenagem a um ilustre portuense - Manoel de Oliveira -, que nos deixou na semana passada e que contribuiu notavelmente para a imagem de excelência deste país e desta região.