Porto perdeu residentes e habitação

Em paralelo, Paranhos, Ramalde e a União de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde ganharam residentes nos últimos 10 anos. Já Campanhã, União de Freguesias do Centro Histórico, Bonfim e Lordelo do Ouro e Massarelos perderam população residente. A freguesia que mais residentes perdeu foi Campanhã (perdeu quase 10% da sua população), seguida do Centro Histórico (perdeu 7,4% residentes).

Estes dados também nos mostram a variação do número de edifícios. Verificamos que os edifícios que estão a ser utilizados para habitação decresceram no Porto desde 2011 até 2021 em 9,3%. Em 10 anos, perdemos 9,3% dos edifícios de alguma forma destinados à habitação no Porto, sendo que houve neste caso um decréscimo em todas as freguesias.

O INE ainda não teve tempo de disponibilizar a análise de todos os dados recolhidos pelos Censos 2021, mas pelo que foi já apresentado conclui-se que no Porto houve uma queda do número de residentes e uma queda ainda maior no número de edifícios com habitação.

Rui Moreira, em declarações, congratula-se, no entanto, com o aumento da população durante o seu mandato e o vice-presidente da Câmara publicou um gráfico mostrando a mesma ideia. E será neste gráfico que Moreira se fundamenta para afirmar que a cidade aumentou a população residente. Mas vejamos, o gráfico e as declarações de Rui Moreira, se analisados com cuidado, misturam duas fontes de informação: os dados dos Censos de 1991, 2001, 2011 e 2021 (os únicos que existem) com dados estimados pelo INE (em 2013, 2017, 2018, 2019, 2020). Ora, os dados estimados são aproximações com um erro bastante grande e é por causa dessas estimativas serem pouco precisas que os Censos se realizam periodicamente. Quando comparamos dados aproximados com dados mais exatos, compara-se o que não pode ser comparado. A realidade é que em 10 anos o Porto perdeu cerca de 5629 habitantes e as responsabilidades políticas têm de ser assumidas.

Líder do Grupo Parlamentar do PAN