Não importa se é de Esquerda ou de Direita, comuna ou facho, moderno ou antigo, alfacinha ou tripeiro, saloio ou cagaréu, forcado ou varina. É apenas pobre.
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Triste e sem esperança. Portugal é grande, mas hoje a nossa ambição é pequenina. Quando Salazar o abençoou adivinhava. Portugal hoje, é dos pequenitos.
O parque temático de Coimbra é que devia ser a sede permanente deste Governo. E da Assembleia da República, e do Rato e do São Caetano e dos Pans e dos Chegas e dos Caldas e dos Blocos e dos Katares e dos Moreiras.
Este Orçamento do Estado é um ato sem fé. Que nem para ato de fé chega. Parece uma confissão de culpa, uma declaração de dívida, um arrojo de incompetência.
É isso tudo. Uma manta de retalhos porque é o resultado deprimente da negociação permanente entre nada e coisa nenhuma. É messiânico e sebastiânico ao mesmo tempo. É, como Eça dizia, uma nódoa, mas mais forte do que a benzina. É um saldo sem contas correntes. Um Black Friday permanente. Uma tristeza e um dó.
É um tapa-buracos, uma mezinha, uma prece e uma ladainha. Um mendigo com vergonha, de mão estendida e cara à banda. É preço do poder pelo poder.
Não li muito sobre este OE pós geringonça, mas ouvi coisinhas. Que o IRS baixa para os pobrezinhos. Que as reformas aumentam para os coitadinhos e que há subsídios para os desvalidinhos. E ouvi os partidinhos dizer que estão dispostinhos e discutir a coisinha. Ideias para este país. Zero. Este Orçamento é só uma história para contar. Um momento de relações públicas que é preciso ultrapassar.
Repito. O OE não é de Esquerda, nem de Direita. Nem socialista, nem social-democrata, nem coisa nenhuma. É só calendário.
Viva a Iniciativa Liberal, que disse logo que era contra.
*Especialista em Media Intelligence