Portugal, pelas suas características intrínsecas, está na linha da frente de uma Europa que tem de competir com os demais blocos económicos a nível mundial.
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A nossa excelente localização permite um acesso estratégico aos mais diversos mercados. Somos o país europeu mais próximo do continente americano, podemos estar no centro das mais importantes rotas internacionais e devemos funcionar como uma ponte transatlântica. Somos porta de entrada para o mercado da UE e uma plataforma privilegiada para o relacionamento com os países africanos de língua oficial portuguesa. Apresentamos custos operacionais competitivos. Dispomos de redes de infraestruturas modernas, que permitem competir com os mais altos padrões.
Mas o cumprimento dos compromissos assumidos por Portugal tem que encontrar, na política de coesão e nos instrumentos de financiamento da Europa, uma contrapartida que nos permita concretizar os investimentos que necessitamos para garantir a competitividade, o desenvolvimento sustentado e um caminho de convergência económica. É neste equilíbrio que se encontra a essência da "construção europeia". Discute-se a definição estratégica que queremos ser em 2030. Está em causa um quadro de investimentos estruturantes decisivos para as empresas. Como temos afirmado, este plano não pode ficar refém dos ciclos político-partidários, por outro lado, também não deve ser posto em causa pelas indefinições estratégicas à escala europeia.
Porém, os desafios orçamentais são mais amplos. A valorização do território. A aposta no potencial diferenciador das cidades e do património edificado. A afirmação da reabilitação urbana e da habitação, como catalisadores do investimento privado e fatores de coesão social, exigem, mais do que nunca, um "pacto de regime", enquanto vetor essencial para defender, na Europa, o interesse nacional. À abstenção que marcou as eleições europeias, há que contrapor um posicionamento firme dos nossos deputados eleitos para o PE, pois o futuro é feito de desafios complexos e com novas exigências, num momento em que a concorrência se processa no mercado global, no qual o setor da construção e do imobiliário terá, como sempre, um papel estruturante.
*Presidente da AICCOPN