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Nasci e cresci em liberdade e democracia. Não sei viver de outra forma. Felizmente, habito num país onde a liberdade nunca passou de moda. O mesmo não se pode dizer de outras nações, nas quais a falta de liberdade não é memória do passado.
O 25 de abril lembra-nos que devemos estar despertos e militantes na defesa da democracia, uma vez que não a podemos dar por garantida. Para ser defendida, tem de ser exercida, a cada dia e em todos os lugares. Regra também nas instituições de Ensino Superior.
Foi com a vontade de poder escolher, em liberdade e consciência, que os estudantes na década de 60 ousaram "pedir a palavra" para afirmar "o Estado a que as coisas estavam a chegar", o que precipitaria a revolução da década seguinte.
Este tem sido o papel dos estudantes. Lutaram e continuarão a lutar pela educação, enquanto arma mais valiosa que um país possui. Só ela nos protege dos discursos populistas, dos extremismos e da desinformação, que degradam as democracias liberais. Os estudantes lutam para que a geração mais qualificada de sempre não seja uma geração de expectativas defraudadas e de sonhos adiados. Os estudantes reivindicam para que os mais jovens tenham voz, capacidade de influenciar e poder de decidir.
O 25 de abril é fonte de inspiração na luta pelos jovens que querem viver e emancipar-se em Portugal e pelos jovens que querem cá ficar, mas não têm condições. Celebrar abril é recordar o passado e olhar o futuro, com ambição, esperança e empenho. Recusamos que condenem os jovens portugueses à sua condição de desalento. Portugal pode, e deve, ser mais do que é hoje para as novas gerações. Portugal tem de ser mais.
* Presidente da Federação Académica do Porto