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Surpreendentemente, ao contrário do que é habitual nesta época do ano, houve milhares (senão milhões) de pessoas em direto durante os festejos de ano novo a pedir paz, saúde, dinheiro e amor. Parece o concurso da Miss Universo. Fiquei abesbílico (que palavra deliciosa), até porque habitualmente deseja-se muita guerra, doenças, pobreza e ódio. Mais surpreendente do que isto, é que apesar de todos estes desejos que enchem chouriços durante horas a fio de televisão, cinco minutos depois já toda a gente se esqueceu do que pediu. E voltamos à habitual tensão de cortar à faca: discussões fúteis, guerras sangrentas, insultos, xenofobia... Um potpourri de ódio, que me faz pensar se há uma Humanidade destacada para os diretos das televisões, mas que pouco depois é toda novamente encaixotada, para voltar à Humanidade do costume.